quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

E nossa história não estará pelo avesso
Assim, sem final feliz.
Teremos coisas bonitas pra contar.

E até lá, vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos.
O mundo começa agora
Apenas começamos.

CONTRA AS NUVENS

terça-feira, 10 de novembro de 2009

FLORES NO TUMULO DO AMOR DE ALGUEM

Por tudo que você me fez
Por tudo que você me faz
OUTRO DIA UM ALGO MAIS
COM SENSAÇÕES MAIS REAIS

E AS TARDES COM ASSUNTOS NORMAIS
TRATANDO DE TEMAS BANAIS
COM ALGUNS SORRISOS SUPERFICIAIS
RECONHEÇO QUE ESQUECI, MAS POR NÃO TE TER MAIS

NÃO SOU Deus ou coisa assim
Mas sei o que é melhor pra mim
E isso basta!

Não nos tornamos três
Não tivemos chances de mais uma vez
Flores no tumulo do amor de alguém
Fragmentos do que não esqueci

Supondo a dor como algo bom
Suplantando amor em alto e bom tom
Destilando ódio sem cessar
Procurando um novo alguém para amar

Sem querer podemos nos machucar
Sem prazer podemos nos enganar
Sem dizer podemos nos enforcar
Sem parar tento te reencontrar

Não divulgamos abertamente...




Posto em público todas as palavras. Abrangendo vários tons e idiomas, criando um neologismo claro de silabas simples e diretas. A formalidade da norma culta foi ocultada e ficando só designada para o RESTO, para o papel "DISSERTATIVO" de um "NARRADOR" qualquer, que criará uma descriçao não digma do que é você.

Os olhos alheios, a fala empostada com palavras formais, não são ademais o que existe. O que existe e só vê quem deveras sente, nunca habitou a roupa, o calçado, a maquiagem borrada, o cabelo, os dentes, o corpo carregador do mundo.

Tem que se entender de imediato a transcendência. Isso que é você, não cabe aqui ou em lugar qualquer. Aqueles atentos a imagem, as cores notaveis ficam indiferentes. O papel ou personagem interpretado incansavelmente no trabalho, família e lugares, está ficando velho e cansado. Agora é duro cada passo, ela tentou suportar por mais um tempo e usou até uma bengala, mas a invalidez da paciência havia de chegar e chegou.

Quer se mostrar, rasgar a máscara e retirar a pasta d'agua da rosto. A atriz dona de vários premios, se torna a mulher indefesa.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Manhã normal, cigarro aceso, fumaça no ar
Dose letal de água ardente, o corpo sente, outro cigarro acende
Nas calçadas filas crescem amontoando gente
Do cansaço, do descaso, outro pressagio
Pra pagar conta que compra caro
O brasileiro é povo é massa é o “busão”
O metro que quase não para na estação
E nessa manha eu só saí para buscar inspiração
Essa a primeira parte da primeira pagina de um livro que comecei a tecer.



Era uma noite comum de terça feira, daquelas em que o cansaço do dia parece levar todo o animo e deixar apenas as dores do corpo, as quais iam ficando despercebidas enquanto tomava seu banho. Uma água gélida, comum durante o inverno, o afastava da sujeira do mundo, quase que um despertador, que o acordava pra vida que vinha levando há certo tempo. Ali na solidão de seu banheiro, onde surgiam suas maiores idéias, onde buscava seu prazer solitário, tentava esquecer o sufoco, o arrependimento do não feito.
Ao terminar a ducha, prepara-se para sua agonia diária: tentar dormir sabendo que não conseguiria. A insônia o perseguia a alguns messes. Não era fácil repousar com sua cabeça latejando em pensamentos, idéias de futuro, desejos ansiados de ser alguém. O poço de informação no qual havia tornado-se só servia a si próprio, mas havia a vontade de mudança. Revirando-se de um lado a outro de sua cama as horas iam passando. Sentia-se só na madrugada só com o barulho dos grilos, vez ou outra com o som dos gatos em estado de gozo em cima de sua casa. Às vezes adormecia, mas antes de qualquer primeiro sonho já se via olhando para o teto.
Artur era consumido pela rotina diária. Morava com os pais, mas sentia o ambiente familiar ficar pequeno diante de suas ambições. Era cobrado a todo o momento a avidez de um primeiro emprego. Tinha terminado o segundo grau e passara no vestibular de jornalismo. Mas nada que viesse orgulhá-lo ou muito menos fazê-lo totalmente realizado. Sempre tivera sido o garoto calado, de boas notas e ar intelectual, todavia nunca recebera a atenção necessária da família.
“Quando se é mal interpretado é melhor manter-se afastado das pessoas que o cercam” - assim pensava em seu intimo. Esse era um de seus maiores medos. Decepcionar alguém a quem se quer bem. Sempre tivera um temperamento demasiadamente calmo, com certo ceticismo para com a humanidade, queria achar resposta para tudo, e sentido pro ato de existir. Fazia-se alto julgamento, tentava observar sempre os vários lados da situação através da analise da teoria do caos. Caos no qual permanecia estagnado. O que o tinha levado aquele estado? Perguntava-se enquanto permanecia acordado em mais uma madrugada fria.